sexta-feira, 18 de agosto de 2017

AÇAILÂNDIA RECEBE MOSTRA E CICLO DE DEBATES SOBRE IMPACTOS DA MINERAÇÃO



Exposição discute modelo mineral brasileiro a partir da tragédia em Mariana e dos danos causados pela mineração ao longo da estrada de ferro Carajás

Usando a arte para estimular o debate em torno do modelo mineral brasileiro, a exposição Do Rio que Era Doce ao Outro Lado dos Trilhos: Os Danos Irreversíveis da Mineração chega ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA, em Açailândia de 18 a 24 de agosto.

A mostra nasceu meses após o rompimento da barragem de Fundão, que, em novembro de 2015, deixou a região de Mariana (MG) coberta por rejeitos tóxicos. O rastro de lama chegou até o oceano Atlântico e, com ele, cresceu também a necessidade de se discutir as ameaças socioambientais representadas pela mineração. A contaminação da água e do solo, o inchaço e a sobrecarga das capacidades dos municípios que abrigam barragens e os problemas de saúde de sua população são só alguns deles.

São Paulo foi a primeira cidade a abrigar a exposição, organizada pelo Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração. Agora, com a participação da rede Justiça nos Trilhos, o debate ganha força e amplitude, associando o desastre em Mariana aos efeitos da mineração na Amazônia: mais de 2 mil quilômetros separam as duas regiões, mas os impactos são os mesmos. De Parauapebas (PA), onde o minério é extraído, até São Luís do Maranhão, de onde é escoado para o mercado internacional, a população dos 27 municípios cortados pela estrada de ferro Carajás padece com resíduos tóxicos da poeira de minério e com a própria passagem do trem, que leva à deterioração do ambiente onde vivem e é causa de ferimento e morte por atropelamento.

Juntando o rio e os trilhos, os estragos em Minas Gerais, a exposição passou por Belém (PA) e agora chega à Açailândia. A exposição Do Rio que Era Doce ao Outro Lado dos Trilhos: Os Danos Irreversíveis da Mineração conta com fotos da região de Mariana, da estrada de ferro e de Piquiá de Baixo (uma das cidades mais impactadas pela mineração na região, espécie de “Mariana da Amazônia”), além de instalações sensoriais, exibição de filmes, aulas públicas, rodas de conversa e palestras sobre o modelo mineral, sobre Mariana e Carajás.
Merecem destaque o mural O Rio que Era Doce, de 14 x 3 metros, da artista Leila Monségur, e as maquetes que, com movimentos, reproduzem o complexo de Mariana antes do rompimento da barragem e logo após o desastre, com lama se espalhando – bastante didáticas, as maquetes ajudam o público a entender como funciona a mineração e a gravidade de seus impactos, especialmente em termos de contaminação da água.

A exposição foi concebida pelo Comitê Nacional em Defesa de Territórios frente à Mineração e em parceria com a Justiça nos trilhos chega à Açailândia.

Sobre o Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração:
Articulação de organizações, movimentos sociais, igrejas e pesquisadores, em atividade desde 2013. É uma das principais iniciativas nacionais que se organiza politicamente em defesa dos atingidos pela mineração e de seus territórios. Investe, também, em comunicação e formação sobre o tema.

Sobre o Justiça nos Trilhos:
Rede de organizações não governamentais e movimentos sociais formada em 2007 para denunciar e combater violações de direitos humanos e crimes ambientais ao longo do Corredor Carajás. Atribuir as devidas responsabilidades ao Estado brasileiro e à empresa Vale é uma das missões do Justiça nos Trilhos.

Local: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do maranhão – IFMA
Aberta das 10h às 20h
Rua Projetada, s/n – V Progresso II - Açailândia

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