Deputado aponta falta de leitos e denuncia suposto uso político na regulação hospitalar_
O deputado estadual Carlos Lula usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (22), para fazer um alerta sobre a grave situação da saúde pública no Maranhão. Segundo ele, “o sistema de saúde hoje está colapsado”. A declaração foi acompanhada de denúncias sobre a falta de leitos de internação, o que tem provocado longas esperas de pacientes internados em cadeiras, mesmo após a recente inauguração do Complexo Estadual Regulador.
“Não adianta ter Complexo de Regulação se só estamos aprofundando a desigualdade e operando sob escassez. Na UPA do Vinhais, ontem à noite, havia 9 pacientes internados em cadeiras. No Araçagy eram 12 pacientes internados em cadeiras, também aguardando transferência para leitos. E quero destacar que eles estão em cadeiras, não em camas”, afirmou.
O deputado destacou ainda a demora na regulação desses pacientes. De acordo com ele, o prazo máximo deveria ser de 72 horas quando se está em um leito de Unidade de Pronto Atendimento.
“Ontem, na UPA do Vinhais, encontrei um paciente aguardando um leito desde 6 de abril, há quase dois meses. Na UPA do Araçagy encontrei situação semelhante, um paciente aguardando leito desde o dia 14 de abril, 36 dias. E outro que está lá desde o dia 18 de abril, há 32 dias”, relatou.
Carlos Lula também denunciou um suposto esquema de reserva de vagas em leitos hospitalares para aliados políticos do Governo do Estado.
“Mesmo diante de todo esse quadro, a notícia que tenho — e que não quero acreditar — é que parte dos leitos hoje são reservados à elite do Governo do Estado. Existem leitos de hospitais que não estão sendo ocupados porque determinadas pessoas vão ligar solicitando-os. O atual governo conseguiu recriar o que não existia mais: cidadãos de primeira e segunda classe. E não podemos admitir. Então não adianta ter Complexo de Regulação se o governo está criando uma fila como ferramenta política”, declarou.
Ao encerrar sua fala, Carlos Lula pediu “mais cuidado, mais equidade e menos espetáculo” para melhorar a situação da saúde pública no Maranhão.
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