segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

“Meu filho é um milagre”, diz mãe que deu à luz na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão

Edilene Rocha  e seu filho na Maternidade de Alta Complexidade. (Foto: Vitor Jordan)
No dia 17 de janeiro, exatamente às 15h43, Edilene Rocha Carvalho, de 37 anos, deu a luz ao pequeno João na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, em São Luís. Diagnosticada com oligodramnia severa – redução do volume de líquido amniótico -, ela recebeu a notícia de que a gravidez era inviável. Foi quando encontrou na assistência médica e na equipe multiprofissional, além dos cuidados médicos, acolhimento em um momento difícil.
A turismóloga já fazia acompanhamento pré-natal e participava da Roda de Conversa com Gestantes na unidade, referência no atendimento de gestantes com classificação de alto risco, quando, com 22 semanas de gestação, soube que a gravidez não seguiria seu curso normal. A redução do volume de líquido amniótico afetaria significativamente o desenvolvimento do bebê que, também, apresentava má formação do rim.
Àquela altura, a mãe do João parecia ter duas opções: aguardar o bebê entrar em óbito na barriga ou entrar na Justiça para conseguir uma liminar para interromper a gravidez, considerada inviável. Com muito sofrimento, ela optou pela segunda opção. Após 15 dias, em novembro, precisou fazer um novo ultrassom.
“Perguntei ao médico como estava o líquido e ele estranhou a pergunta. Expliquei toda a situação, foi quando ele me informou que estava tudo normal para aquela idade gestacional. Dois dias depois, retornei para uma consulta com o obstetra. Quando o médico viu os exames, ele perguntou se eu acreditava em milagres, porque tem coisas que a medicina não sabe explicar. Deus sabe!”, relata Ediene Rocha Carvalho.
No mesmo dia da consulta, ela recebeu a resposta da Justiça autorizando que tirasse o bebê. Com o bebê saudável, ela retornou para o acompanhamento da médica para o controle pressão alta, obstetra especialista em medicina fetal, geneticista e equipe multidisciplinar na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão.
“Meu filho é um milagre. É importante ter estrutura, mas as pessoas são importantes também. As meninas da Roda de Gestante me ajudaram muito. É um projeto muito bom. A Meire (enfermagem) foi uma peça fundamental, tenho muito a agradecer a Deus, a minha família e às meninas. Aqui conheci gente que vou levar para a vida. A sensação de ter o João nos braços é maravilhosa”, disse, emocionada.
Alta complexidade
A Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão possui 34 leitos para alto risco, 23 na ala rosa, 18 na ala lilás, 15 de pediatria, 38 em UTI neonatal, nove de Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e sete de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (UCINCa). Além destes, possui uma UTI materna, entregue pelo Governo do Estado em 2017, com oito leitos.
Possui, também, um banco de leite e atua com serviço de ultrassonografia 24 horas. “O atendimento humanizado é um princípio que a maternidade coloca em prática. Fazemos avaliações permanentes, inclusive com a participação das pacientes, para identificar como melhorar, ainda mais, nosso atendimento. Também investimos em educação permanente das equipes. Somos uma maternidade de referência”, avalia a diretora Clínica do hospital, Rosemary Almada Lima.
Luana da Silva com os gêmeos Lorenço e Lorenzo. (Foto: Vitor Jordan)
Por ser referência no atendimento de gestantes com classificação de alto risco, a maternidade recebe casos delicados, como o da dona de casa Luana da Silva, de 20 anos. Natural de Chapadinha, quando estava grávida de sete meses dos gêmeos Lorenço e Lorenzo, nascidos dia 15 de janeiro, foi internada na unidade em dezembro de 2018.
“Na minha cidade não tem UTI neonatal na maternidade municipal e o médico nos encaminhou para cá, porque eles iriam nascer prematuros. Eu já estava com perda de líquido. Aqui fiquei um mês, para segurar mais os bebês, que nem precisaram mais da incubadora. Me receberam com muito amor e carinho. Acho que se tivesse ficado em Chapadinha, eles não teriam sobrevivido. Era meu medo. Hoje, só tenho o que agradecer”, conta Luana da Silva.
A mãe da jovem, Francisca Vanda, de 39 anos, sente um grande alívio e gratidão. “Agradeço do zelador ao médico. Eu tinha três medos: perder minha filha e meus netos. Aqui teve acompanhamento de médico, pediatra, nutricionista… De todo mundo. O atendimento é muito bom e só tenho a agradecer”, comenta.
A unidade, em 2018, contabilizou 5.318 partos, 4.390 internações, 29.716 consultas médicas, 29.234 consultas de urgência e emergência, 81.361 consultas multiprofissionais, 304.432 Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT), 32.204 procedimentos de enfermagem e 14.180 procedimentos médicos.

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