sexta-feira, 12 de abril de 2019

Inauguração da Sala CUIDAR reforça combate à mortalidade materno-infantil no Maranhão

Inauguração da Sala CUIDAR (Foto: Julyane Galvão)
O Governo do Estado reforçou as ações de enfrentamento à mortalidade materno-infantil no Maranhão, nesta quinta-feira (11), com a entrega da Sala CUIDAR – Rede de atenção às urgências e emergências obstétricas. Funcionando na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão, a sala oferecerá suporte técnico de apoio e validação das conduções de situações de emergências à distância para 67 unidades de saúde de 60 municípios maranhenses.
Através do serviço, médicos e outros profissionais de saúde terão apoio técnico no diagnóstico, manejo e tomada de decisão durante a emergência obstétrica. O objetivo é auxiliar na condução das situações, tanto para solução imediata, quanto na estabilização do quadro para posterior condução para uma unidade de referência especializada.
“A Sala CUIDAR une tecnologia, informação, ciência e cuidados. O Maranhão é um estado grande, no caso de uma emergência, muitos hospitais não têm a quem reportar. Com a sala, garantimos apoio 24 horas por dia aos profissionais de saúde. É uma das muitas políticas de estado, a exemplo do Cheque Cesta Básica – Gestante, para que possamos melhorar os indicadores de saúde”, destacou o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula.
Para a coordenadora da Unidade Técnica de Família, Gênero e Curso de Vida da Representação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Haydée Padilla, a iniciativa mostra o comprometimento da gestão no combate à mortalidade materna, um trabalho que vem sendo construído há alguns anos.
“A inauguração mostra um processo de construção das autoridades e profissionais do Maranhão para cuidar para que as mulheres não morram. É um processo histórico em todo Brasil. O Maranhão já é um modelo de como fazer as coisas. Com essa decisão política, com a capacidade técnica e com os recursos, podemos melhorar a saúde da população”, disse Haydée Padilla.
Também presente à entrega, a diretora do Centro Latino-Americano de Perinatologia, Saúde da Mulher e Reprodutiva (CLAP/SMR-OPAS/OMS), Suzanne Serruya contou que costuma ouvir de gestores que faltam recursos para investir em saúde, contudo ela disse que o segredo das melhorias na área está na gestão correta.
“Daqui vem o grande exemplo. Maranhão não é o estado mais rico do Brasil, mas é o estado que mais mudanças sociais fez nos indicadores nos últimos anos. A mudança nos indicadores é a melhor forma de avaliar se o Governo está gastando bem. Você pode gastar muito e não ter resultados. O que o Maranhão fez é histórico”, comentou a diretora.
Durante a inauguração da Sala CUIDAR, o secretário Carlos Lula entregou ao secretário Municipal de Saúde de Balsas, Luís Flávio de Lima, uma caixa contendo os dois kits de emergências obstétricas, cada um dedicado à uma das duas condições clínicas que serão abordadas no serviço. Os kits são compostos por medicações e insumos usados na condução das duas abordagens, além do traje antichoque não pneumático (TAN).
“Essa iniciativa soma para melhorar nossos níveis de atenção às gestantes e recém-nascidos. Balsas tinha em 2015 os piores índices de mortalidade materna do Maranhão. Transferíamos cerca de 30 bebês por mês. Passamos recentemente mais de 400 dias sem óbitos maternos na regional, a média de transferência caiu de 30 para dois bebês. Isso é resultado do trabalho em conjunto”, ressaltou o gestor municipal.
Também marcaram presença na entrega do serviço a secretária de Estado da Mulher, Ana Mendonça; o secretário extraordinário de Articulação de Políticas Públicas (SEEPP), Marcos Pacheco; a subsecretária de Estado da Saúde, Karla Trindade; a representante do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde, Kátia Souto; a consultora de saúde da mulher da OPAS/OMS, Mônica Iassanã; e o presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Maranhão (Cosems/MA), Vinícius Araújo.
Sala CUIDAR
A Sala CUIDAR dará suporte 24h, todos os dias da semana, para 67 unidades de saúde de 60 municípios maranhenses que conduzem gestantes no estado. Seis enfermeiros obstetras especializados e treinados farão o atendimento das ligações e conduzirão a aplicação dos protocolos.
Inauguração da Sala CUIDAR (Foto: Julyane Galvão)
Os atendimentos seguirão os procedimentos listados no documento técnico “Recomendações Estaduais de prevenção, diagnóstico e tratamento das emergências obstétricas”, elaborado pelos técnicos da Rede de assistência em saúde da SES, com orientação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e validação de médicos e diretores clínicos das maternidades de alta complexidade do Maranhão.
Neste primeiro momento, o serviço será direcionado à aplicação de recomendações voltadas para as duas principais condições clínicas que levam à morbimortalidade de mães e bebês: a hipertensão e a hemorragia durante e no pós-parto.
Os 67 hospitais que terão acesso ao serviço receberão da SES uma caixa com dois kits de emergências obstétricas, cada um dedicado à uma das duas condições clínicas que serão abordadas no serviço. Os kits são compostos por medicações e insumos usados na condução das duas abordagens.
Um dos destaques do kit é o traje antichoque não pneumático (TAN), doado pela OPAS/OMS ao Maranhão. O TAN permite controlar o sangramento temporariamente, o que ajuda a aumentar a sobrevida das mulheres enquanto aguardam procedimentos ou transferência para uma unidade de saúde de referência. As unidades receberão treinamento para uso do equipamento.
Treinamento das equipes
Os seis enfermeiros obstetras e especialistas que farão os atendimentos na Sala CUIDAR passaram, na terça-feira (9), por intenso treinamento no auditório do Hospital Nina Rodrigues. Os seis enfermeiros foram selecionados de acordo com dois critérios, conhecimento técnico na assistência ao paciente e experiência na comunicação e articulação com públicos diversos. Os profissionais atuavam nas maternidades do estado em São Luís.
“O treinamento envolveu a condução específica das duas condições, dentro do que está previsto nas recomendações técnicas do Estado, com um momento de abordagem prática. Assim como os scripts de atendimento, como conduzir a ligação, que tipo de direcionamento dar, como fazer o acolhimento e abordagem à distância”, informou Ana Clara de Carvalho Santos, assessora técnica da SES e obstetra especialista.
A enfermeira obstetra Sandra Carvalho atuava na Maternidade de Alta Complexidade do Maranhão entes de iniciar no novo serviço. “Me sinto honrada de ter sido escolhida. A minha expectativa é diminuir as taxas de mortalidade. Vamos salvar vidas”, disse.
Como funciona a Sala CUIDAR 
– O profissional de saúde do hospital liga para a Sala CUIDAR por meio do número disponibilizado;
– O enfermeiro obstetra fará junto ao profissional de saúde do hospital um levantamento da situação medica do paciente; dois casos serão atendidos: hipertensão e hemorragia;
– O enfermeiro obstetra dará suporte técnico à distância na condução da emergência, com orientações que constam nas “Recomendações Estaduais de prevenção, diagnóstico e tratamento das emergências obstétricas”;
– Caso seja necessário, o enfermeiro orientará o profissional a buscar apoio de uma unidade de referência especializada, após estabilização do paciente;
– A equipe do hospital deverá informar a Sala CUIDAR o desfecho para encerramento do atendimento.

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